terça-feira, 15 de abril de 2014

Tubarões: Mitos e Verdades

Tubarão ou cação?  Mitos e verdades sobre tubarões





Calcula-se que os tubarões existam há cerca de 450 milhões de anos, sem grandes alterações em sua morfologia, o que sugere um bom nível de adaptação e evolução. Ocuparam diversos nichos ecológicos, desde os mares tropicais aos oceanos Ártico e Antártico.

Estes seres providos de estrutura corporal hidrodinâmica são criaturas importantes em quase todos os ecossistemas marinhos. A quase totalidade dos tubarões é marinha, carnívora e pelágica, habitando águas costeiras e oceânicas da maioria dos mares e oceanos, quer na sua superfície, quer na sua profundidade, mas existem espécies que podem adentrar em riso por até 5.000 km.

Possuem tamanho e forma variada, podendo medir de 15cm até 18 metros.     

             Além de coloca-los na mesa de jantar, o homem vem a um bom tempo pesquisando os tubarões e descobrindo novos usos médicos e substâncias com potencial farmacêutico. A idéia de que o tubarão poderia realmente beneficiar a saúde humana foi estabelecida algumas décadas atrás.
                       
              A vitamina A foi suprida primariamente pelo óleo de fígado do tubarão até 1947, quando pela primeira vez foi sintetizada em laboratório. Em 1916, um cientista japonês isolou do óleo de fígado do tubarão uma substância denominada esqualena (hidrocarboneto), que até hoje é empregada nas indústrias cosméticas e farmacêuticas, como base para cremes de beleza, remédios e pomadas. O líquido oleoso era também, por razões até hoje desconhecidas, altamente efetivo no retrocesso das hemorroidas humanas. As pesquisas atuais indicam que o óleo de seu fígado parece contribuir na produção de células brancas do sangue humano. Alguns ácidos polinsaturados extraídos do fígado têm-se mostrado úteis como anticoagulantes no tratamento de algumas formas sérias de ataque do coração.

             Existem diversos outros exemplos da atual utilização do tubarão: o extrato de sua cartilagem vem sendo usado de forma promissora como uma pele temporária no tratamento de queimados, suas córneas vêm sendo transplantadas experimentalmente em olhos humanos e seu sangue contém anticoagulantes que poderão vir a ser utilizados na produção de novas drogas. Ainda assim, o que mais tem ocupado os cientistas nessa área é saber por que os tubarões parecem não ficar doentes.

            Ainda que possuam um sistema imunológico relativamente primitivo, os tubarões apresentam uma baixa taxa de incidência de doenças em geral, dificilmente contraem infecções após sérias feridas e raramente desenvolvem câncer. Experiências com substâncias carcinogênicas bem conhecidas injetadas em tubarões não provocaram nenhuma lesão e nem causaram qualquer tipo de dano genético que o tumor costuma deixar-nos outros animais. E ninguém sabe por que isso acontece, porém sabe-se que essa resistência ao câncer nada tem a ver com a sua cartilagem.

            Pesquisas desenvolvidas nos EUA com o cação-bagre (gênero Squalus) têm fornecido pistas interessantes para a medicina. A proteína esqualamina, encontrada no estômago, fígado e vesícula biliar desse tubarão, já demonstrou inibir o crescimento de tumores em cérebros humanos. Descobriu-se também que quase todas as células de seu corpo contêm um poderoso antibiótico. Esse novo composto, uma substância química da mesma família do colesterol, não pertence a nenhuma classe de antibiótico conhecido. Surpreendentemente, ele se mostrou bastante efetivo contra um grande espectro de micróbios, incluindo fungos, bactérias e parasitas. Uma versão sintética desse antibiótico vem sendo testada em uma grande variedade de doenças humanas. 

            Com relação ao fato de estarem quase livres do câncer, os estudos nesse sentido estão direcionados na possível descoberta de agentes anticancerígenos que possam no futuro serem utilizados em nosso benefício. Ou seja, os tubarões podem um dia vir a salvar nossas vidas, se já não estiverem extintos, é claro. Fonte Instituto Aqualung.

Curiosidades sobre tubarões:

- Tubarão e  cação são  a mesma coisa, nome vulgar para quaisquer espécies, popularmente chamado de cação quando o homem come o animal e quando a animal se alimenta do homem ou provoca um ataque, chama-se de tubarão.

Em muitos países asiáticos, a sopa de barbatana de tubarão tornou-se uma iguaria servida em casamentos, banquetes e jantares de negócios como símbolo de riqueza e status, movimentando uma indústria milionária todos os anos. Entretanto, diversos especialistas, incluindo o renomado chef inglês Gordon Ramsay, afirmam que a barbatana em si não tem gosto algum, dando apenas textura à sopa, que é feita com caldo de frango ou porco.

De acordo com dados da entidade United Conservationists, 50 espécies de tubarões estão na lista de alto risco de extinção. Entre eles, o inofensivo tubarão-baleia, maior peixe do planeta, que pode atingir até 18 metros de comprimento, não tem dentes e se alimenta apenas de plâncton. Uma única barbatana de tubarão-baleia pode custar cerca de $10 mil na China. Outras espécies ameaçadas de extinção são o tubarão-branco, o tubarão-martelo, o tubarão-cabeça-chata (bull shark) e até mesmo o tubarão-mangona (grey nurse shark), muito comum na costa leste australiana.


Mitos e verdades:

MITO: Os tubarões não pensam.  REALIDADE: Falso. Em alguns aquários e laboratórios, tubarões foram treinados para golpear objetos coloridos e formas com o objetivo de receber alimento. Também foram condicionados para subir à superfície e se apresentar sozinhos para realizar procedimentos veterinários. Estes condicionamentos demonstram que são capazes de aprender.

 MITO: Os tubarões afundam se param de nadar. REALIDADE: Isso é verdade para a maioria, mas não para todas as espécies. Os tubarões conseguem manter certa flutuabilidade, mas se param de se mover, afundam pela ausência da bexiga natatória cheia de ar, presente na maioria dos peixes vertebrados.

MITO: Os tubarões comem indiscriminadamente. REALIDADE: Falso. A forma distinta das várias espécies de tubarões indica que possuem dietas muito especializadas. Alguns tubarões, como o tubarão-mako, possuem dentes pontiagudos e lisos para perfurar e capturar presas rápidas. Outros, como o tubarão branco, possuem dentes serrilhados para arrancar e mastigar pedaços grandes de carne. Outros possuem dentes trituradores planos, como o Heterodontus francisci, adequados para comer crustáceos e moluscos. Por último, existem dentes com funções muito específicas, como os do tubarão-tigre, que são projetados para cortar através das carapaças das tartarugas marinhas, seu prato predileto. Cada espécie possui uma dieta única, mas às vezes, podem confundir sua presa natural com alguma coisa diferente… como pneus de borracha e surfistas desavisados! 

MITO: A população de tubarões é estável e não está ameaçada. REALIDADE: Falso. Como resultado da pesca excessiva e da captura equivocada em redes e linhas dirigidas a outras espécies, os tubarões estão em rápido declínio. Cerca de 250 mil são mortos diariamente. Algumas populações estão em franco declínio, como a do tubarão-martelo, que diminuiu cerca de 90% durante as últimas duas décadas. Como grandes predadores do oceano, os tubarões ajudam a limpar os mares, caçando peixes feridos ou doentes. Se sua proteção não for assegurada, a, as populações de tubarões continuarão diminuindo.

Os tubarões abocanham para ver o que é, e depois largam: O mito de “uma mordidela” -  que os tubarões por não terem visão apurada abocanham só para ver o que é e depois seguem caminho – é um dos favoritos dos conservacionistas. Mas Allan afirma que foi mordido três vezes e Glen Folkard sofreu um ataque sustentado ao surfar na praia Redhead, Newcastle, em janeiro do ano passado. Alguns especialistas acreditam que em alguns casos, um ataque de tubarão pode refletir-se em múltiplas dentadas. Como por exemplo, em vários casos registrados de tubarões brancos adultos. Em alguns deles, a vítima parece ter sido totalmente consumida.

Quando há golfinhos não há tubarões: MITO: Não é verdade! Os golfinhos por vezes tentam enfrentar os tubarões quando estes ameaçam um membro do grupo. Mas é muito mais comum serem encontrados juntos, pois se alimentam das mesmas presas e os territórios de caça são idênticos.
Ao contrário do que as pessoas pensam, os golfinhos podem ser um sinal da presença de tubarões, em vez da crença comum de que os afastam propositadamente.
Os fatos de neoprene pretos fazem os surfistas parecerem focas: MITO: Afirma o especialista da CSIRO em grandes tubarões brancos, Dr. Barry Bruce, acrescentando: - O tubarão branco alimenta-se de focas apenas numa pequena altura do ano e estas não fazem parte da sua dieta até eles terem pelo menos 3 metros de comprimento. Segundo os registros, o típico tubarão branco que se encontra na zona de arrebentação mede menos de 2,5 m.

Ataques em massa: MITO: Em 2009, deram-se três ataques graves em Sydney ao longo de três semanas. Cinco pessoas morreram em 10 meses na Austrália no ano passado. Ataques em massa acontecem! O Dr. Vic Peddemors, um investigador perito em ataques de tubarão, afirma: Nós estudamos todas as possíveis causas: El Nino, La Nina, a temperatura da água, fontes de alimento, o índice de oscilação do oceano e nada realmente ficou provado. É uma daquelas coisas que ainda não tem explicação.

Redes de tubarão sinônimo de segurança: MITO: Vários ataques foram registrados em praias com redes de segurança. Este sistema não consegue bloquear totalmente a entrada de tubarões numa praia, mas ajuda a dificultar essa tarefa.

Os cães atraem tubarões: MITO: Não há registro de nenhum caso em que um cão tenha sido atacado em vez de um humano, enquanto nadavam juntos.

Os tubarões são atraídos pela cor: MITO: Um relatório dos anos 70 relatava que durante uma experiência levada a cabo pela Marinha Americana, um colete salva-vidas amarelo foi repetidamente atacado por tubarões azuis, outro de cor vermelha sofreu menos ataques, enquanto que um dispositivo de flutuação semelhante em preto sofreu apenas dois. Isto levou a que surfistas e mergulhadores passassem a evitar certas cores e até brincarem com a frase ”yummy yellow” (amarelo saboroso).
            Mas o professor Nathan Hart, da Universidade de Western Austrália descobriu que os tubarões apenas possuem um tipo de “célula cone” – responsável pela visão de cores e é improvável que sejam capazes de distinguir um mundo multicolorido. Os tubarões são atraídos para alto contraste, em vez de cores.
A urina atrai os ataques de tubarão: MITO: Apesar de muitos surfistas evitarem este ato dentro de água, não há nenhum estudo que tenha conseguido provar que a urina atrai os tubarões.


Do total de espécies, apenas 32, já provocaram algum tipos de acidentes com humanos e desta somente 15, no litoral do Brasil.

Espécies que provocaram acidentes no Brasil.
Tintureira ou tubarão tigre
Cabeça Chata
Mangona
Serra garoupa (perigosa ao homem, nadam em grupo)
Tubarão martelo
Tubarão azul
Mako
Galha preta
Cacão Lixa ( acidentes com manuseio)
  
Animais selvagens que mais atacam o homem em todo o planeta.
Cobras/ 250.000
Crocodilos/ 2.500
Abelhas/ 1.250
Elefantes/250
Tubarões/100 
Cachorros 4,5 milhões de ataques por ano.

            Além da crueldade com esses animais, existem dados alarmantes sobre o impacto que a extinção dos tubarões pode causar. Dois terços do nosso planeta são compostos de água e 80% dos seres vivos encontram-se nos oceanos. Ocupando o topo da cadeia alimentar dos mares, os tubarões garantem o equilíbrio de todas as populações marinhas. Sem eles, suas presas se proliferam descontroladamente e os próximos seres da cadeia alimentar acabam por se extinguir. Quando isso acontece, inicia-se um verdadeiro efeito dominó, causando um imenso desequilíbrio ambiental.
            Quais são as consequências diretas para o homem? Além da escassez de peixes, moluscos e crustáceos, a extinção dos tubarões pode afetar até mesmo a produção de oxigênio. Cerca de 70% do oxigênio que respiramos é produzido por um conjunto de organismos microscópicos chamados de fitoplâncton, que absorvem gás carbônico e liberam oxigênio. Esses microorganismos dependem indiretamente dos tubarões, pois com o desequilíbrio da cadeia alimentar, a proliferação excessiva de animais que se alimentam de fitoplâncton pode causar a redução na produção de oxigênio no planeta.

Por Prof. Msc. Edris Queiroz – biólogo marinho e pesquisador do IBIMM.     

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